Para o desenvolvimento de uma capa, partimos normalmente de um briefing sobre o texto. Neste caso tratava-se da narrativa de uma história real. Um pai que acompanha as "crises" da filha adolescente. Michael Greenberg conta que sua filha Sally, aos 15 anos é acometida por um surto nas ruas do Greenwich Village, em Nova York, que se prolonga pelos meses seguintes.
Em seus momentos de lucidez, Sally sentia-se como se estivesse viajando, sem ter para onde voltar. À espera do sol nos relata os efeitos da síndrome bipolar sobre Sally e sua família.
Assim que começamos a pensar na capa de À espera do sol, nos veio uma solução interessante. Usaríamos a imagem de um girassol e o título seria escrito à mão como numa pichação. Ficaria uma capa impactante e colorida. Produzimos e apresentamos a proposta. Estávamos certos de sua aprovação porém, além de ser reprovada, nos foi pedido algo completamente diferente. Era um caminho menos óbvio, alinhado à publicação americana. Resumo: ficou muito melhor, contundente e ao mesmo tempo sutil. Percebemos que faltava delicadeza à nossa primeira abordagem. Havíamos nos esquecido de que o livro correspondia à visão do pai em relação aos problemas de sua filha.